terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ver.


Num dia que estejas perto de mim faz uma coisa.

Olha para mim.
Olha com olhos de ver, vendo realmente sabes. Ver com V grande.
Vê o que eu escondo num sorriso, vê o que te tendo dizer sem falar, vê tudo o que procuras e não encontras porque realmente não vês.
Porque sabes, o que procuras e o que queres que te diga, já eu há muito te quero dizer mas a coragem (ou falta dela) não me consente.
O primeiro passo a que estás tão habituado que eu dê, não o posso dar agora. Não quando sinto que a cada passo em frente que dou tu fazes-me recuar outros dois.
Tens de ser tu, desta vez, tu a chegares ao pé de mim, a abraçares-me como dantes e a iludires-me com as doces fantasias que sabes que eu gosto.
Sim, sei que são ilusões, mas quando tu as dizes, creio que por momentos, dentro de mim, um pouco do meu coração realmente as torna reais.
Olhando para ti, vendo-te da maneira como tu não me vês, não porque não queres, mas porque ainda não reparaste que deverias ver-me assim, eu noto as palavras que queres dizer e que não dizes, como pequenos sussuros que os teus olhos me arremeçam.
Noto todas as incertezas e todos os sentimentos confusos que de ti emanam.
Amizade, carinho, e uma rástia muito finda daquilo que acredito que seja amor.

Então Vê-me como é suposto Veres. Com V grande.
Percebe que o que sinto por ti nada mudou.
E não tenhas medo de dar o primeiro passo, como eu tanta vez o dei, porque o medo é inimigo da felicidade e o que eu mais desejo é que eu, e tu, possamos ser felizes.