Ao abrigo dos sentimentos jamais esquecidos, abro a caixa de música. Começa a tocar. Memórias que fluem como o rio do meu pensar, que transbordam em longas recordações.
Embalada pelo encantar da melodia, revejo locais e pessoas que jamais esqueci.
Ou esqueci?
Cai-me a caixa de música. Parte-se a engrenagem. Acaba a melodia.O silêncio, frio e inóspito, apodera-se de tudo. E a realidade cai em mim.
A capacidade de esquecer, tão apreciada por uns, é-me completamente desprezivel. Esquecer? Como posso esquecer?
Num acto de solene ignorância, esqueço tudo e vivo.
Mas não devia esquecer.
Nem mesmo a caixa de música.
Sem comentários:
Enviar um comentário