segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Oficina de escrita (III)

Calmo. Os pássaros cantam. É noite. Oiço uns passos. O barulho toma conta do silêncio. O oscilar das folhas deixa-me irrequieto. Creaturas da noite, corujas, corvos, morcegos, todos eles se reúnem. Um nevoeiro eleva-se sobre a floresta sombria.
Dou por mim perdido nele. É o mais espesso nevoeiro alguma vez sentido. Nada enxergo. Porém tudo oiço. Desconhecidos sons assustadores confundem-me.
Não consigo sair da floresta. Não há saida. Que fazer? Onde ir? Não sei... Tropeço sobre o cadáver dum antigo pinheiro. Caio no chão duro. Está tanto, tanto frio! A terra encontra-se realmente húmida. As minhas roupas sujam-se rapidamente.
O nevoeiro dissipa-se. Estranho! Encontro-me no meio do nada. Sozinho. Sem ti. Espera! Quem és tu? Conheço-te? Talvez... Ou não. O nevoeiro teve um efeito estranho sobre mim. Detenho esta sensação de solidão. O meu coração começa a agir.
Tento levantar-me. Desmaio. Após uns segundos recupero a consciência. Está tudo bem agora! Ou....talvez....não esteja. Não, não está! Onde estou? A floresta torna-se realmente assustadora durante a noite. Todas as árvores são estranhas. Os arvoredos alojam inúmeras bestas. Quem sabe que monstro espreita no escuro? Aguardando...observando...seguindo...as minhas passadas! Não não não! Estou apenas paranóico.
O poder da noite enloqueceu-me. Mas porque se movem estas árvores? Porque ressoam as folhas? Porque oiço estranhos sons de fundo? Calma...é apenas a natureza... Mas....será mesmo? Ou será alguma creatura desconhecida? Sinto a sua respiração. Ela segue-me. Assombra-me. Sinto a sua pulsação. Ou será apenas uma partida da natureza? Realmente acho que não.
Vislumbro uns olhos vermelhos. Nos arbustos. Devo estar a imaginar coisas. Olhos vermelhos. Flamejantes olhos vermelhos fitam-me no escuro. Fico assustado, começo a correr. Eles correm atrás de mim. Páro. Páram eles também. Será apenas a minha imaginação a pregar-me partidas? Não desta vez!
Estou cansado, quero parar de correr. O meu coração bate desenfreadamente. Eu suo. Entro em pânico. Os olhos desaparecem. Agora um terrorífico grito de dor chega aos meus ouvidos. O que é aquilo? De onde veio? Está escuro, estou sozinho na floresta. Não sei como acabei aqui. Não sei nada de muito à minha volta. Apenas sei que estou assustado de morte.
Adormeço num tronco. Realmente sou estranho. Como posso pensar em dormir perante semelhante situação?
É manhã. Acordo. O Sol já vai alto. Vejo como a floresta é bonita. É primavera, os pássaros cantam, embora não como ontem. Estava apenas paranóico. Tento saír da floresta.

E acordo. Apenas um sonho. Apenas mais um estúpido sonho. Um paranóico sonho. Um estranho sonho. Um mero sonho.


3 comentários:

Anónimo disse...

Existirá sempre uma saída da floresta!

O nevoeiro poderá ser apenas uma ilusão! Nunca estarás sozinha! Eu estarei lá! Seja fisicamente ou psicologicamente… Se não estiver fisicamente, assim que souber que estás só, não tardarei muito em aparecer!
E isso… Não é um Sonho! Não mesmo!

Anónimo disse...

O comentário que fiz pode parecer não estar relacionado com o texto para quem o lerá!

Mas transmite uma mensagem a quem escreveu o texto!

Anónimo disse...

wow k sonho! exprimeste numa maneira tao....tao....fantástica...
realmente sabes como fazer alguem apaixonar-se por um blog :$
Apaixonei-me por ele =X
Kisses <3