terça-feira, 4 de setembro de 2007

Oficina de escrita (VI)

Olhei para a rua. Uma neblina misteriosa cercava a cidade. Não liguei. Não importava. O que me importava era com quem ia estar, e como iria ser bom. Divertido.
Percorri toda a baixa e toda a beira mar à espera de te encontrar. Talvez não a ti, a ti descobri depois. Era outra, além de ti, a razão que me levou àquele lugar naquele dia.
Uma amizade nunca esquecida. Uma tentativa de reatar aquele calor e carinho que existia na infancia.
Encontrei. Aquela menina que conhecia como pequenina e fofa, amante de gatos. Olhei em volta. Olhei para ti.
Nesse momento encontrei-te como uma personagem de um livro muito estranha, pois nunca tinha visto nada assim. Belo e perigoso.
O Olhar por ti deitado jamais me saiu da cabeça....no passado encarava-o como um aviso..."nao te chegues perto. Morre longe" (eu acreditava nisso.) , mas agora, que te conheco e tenho o orgulho de chamar amigo, digo que esse olhar foi apenas desconfiança, porque és desconfiado. Tornas o mundo melhor sem te dares conta. Porque perdes demasiado tempo na desconfiança. Tens de dar conta que no mundo à tua volta, existem dezenas ou talvez centenas de pessoas que podem-te agradecer por serem quem são. Cada uma sabe o que agradecer. Se foi dor, fez crescer. Se foi felicidade, fez viver. Se foi solidão, fez amadurecer. Tu a mim o que fazes é bem.
Sim tu fazes-me bem. Com as tuas brincadeiras, com as tuas palavras, os teus carinhos expressos duma maneira deveras estranha.... Mas que mesmo assim nao deixam de ser carinhos e nao deixam de ser sentidos.
Tens simplesmente de te deixar levar mais pelas emoçoes...não seres tão frio....tao pessimista.
Existem coisas boas no mundo e no meu mundo existes tu.
No mundo de outras pessoas existirão outras pessoas. Talvez contigo lá cruzado.
Tal como no meu existem cruzamentos. Apenas temos de fazer do cruzamento uma autoestrada e seguir em frente sem nunca parar, a nao ser para dar boleia a quem nesse caminho se quiser juntar ou necessitar.

[Mais uma vez não tentem entender este post, eu escrevi o que me corria na alma.]

1 comentário:

Anónimo disse...

Não vale apena entender os teus pensamentos?

Vale apena penar neles ao entrar na tua mente subjugando-nos aos teus sonhos. Vale apena ver o mundo dos teus olhos e saber porque as tuas palavras saiem da tua boca.

As tuas memórias escondem-se atrás de metáfiras que só tu tens a chave.