terça-feira, 9 de outubro de 2007

Desaparecimento de memórias

Porque não é possivel apagar as memórias? Porque é que elas não são como um arquivo, um ficheiro de computador, que podemos mandar para a reciclagem? Porque é que ficam cravadas dentro de nós como uma faca com a sua lâmina afiada a cravejar mais dor. Mas esta dor é sentida na alma.
Porque deixo as memórias apoderarem-se de mim, porque sou assim tão fraca?
Porque são as memórias tão importantes? Que traz o passado ao presente? condicionará tal coisa o futuro? Far-nos-à mais felizes ou mais tristes? Mais sábios ou mais ignorantes?
Receio não ter resposta para tais questões, mas toda a dor que sinto, de todas as recordações, memórias, lembranças, enfim, pensamentos tidos como verdadeiros num passado deveras diferente...parecem não sair de mim.
Detenho a ilusão de que cada coisa que foi ainda é. Mas depois acordo.
Cada local que vislumbro recorda-me de coisas que não quero nem devo lembrar.
Como é possivel viver com tanta angústia? Como é possível ser feliz assim? Como há quem o consiga?
Há que pensar. Há que reflectir. Meditar. Maneiras de desaparecer. De deixar de existir. Maneiras de esquecer. Todos estes pensamentos aprisionados dentro de mim devem escapar da minha mente, voando livremente ao sabor do vento e não voltando jamais.

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