quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Partida

Parto assim. No silêncio. No silêncio das lágrimas que gritam na minha alma. Sim, elas gritam, elas choram por tudo o que para trás ficou, mas eu permaneço calada. Nem uma sílaba pronuncio. A cada passo que dou a vontade de gritar e de chorar aumenta. Mas eu sou forte, sempre o fui, e tenho de o ser agora também.
Mas as palavras que o meu coração não pronunciou, quer a minha boca as dizer. Elas tentam romper a muralha da vontade do silêncio que se ergueu em mim, e fazem-se ouvir.
Um ligeiro "adeus" escapa-se da minha boca. Viro costas. Uma lágrima corre pelo rosto. Aos olhos de outros, fui forte, fui valente, não chorei nem gritei. Mas por dentro a gritaria é ensurdecedora e o choro inunda a minha alma.
As lágrimas que não chorei invadem o meu peito inundando o coração. Ou o que resta dele:
.
Meros pedaçinhos.

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