quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Oficina de escrita (X)

Assim me encontro, de barriga para cima, de olhos postos no tecto, mas a vislumbrar muito mais que a parede. À medida que os olhos se vão cerrando a cor do que vejo muda de um branco simples, a cor da parede, para um verdejante relvado, que começa a aparecer em sonhos.
Quando entro no meu mundo, no meu sonho, sinto-me leve, segura, feliz, como se o que vivo, quando estou acordada, fosse o sonho, (neste caso pesadelo), e que, ao fechar os olhos entro então na realidade, no meu mundo, no que gostava que fosse a minha vida.
Sol brilhante no céu. Relva verdejante no chão. Águas límpidas e translúcidas para beber e mergulhar. Sorrisos carinhosos para receber.
Sim, é este o mundo que desejaria viver na realidade. Um mundo onde exista confiança, onde eu mesma possa ser confiante, um mundo onde não haja injustiça, onde não exista dor e onde não haja espaço para a mágoa.
Sorrio enquanto aqui me encontro. Vejo caras amistosas que para mim sorriem. Sorrio em retorno.
Creio que o paraiso se existe é semelhante a este lugar (se é que se pode chamar lugar a um sonho). Como quero voltar aqui todas as noites, fechar os olhos e encontrar este "lugar" aqui sempre para mim...
Abro os olhos. Chove lá fora. O céu está nublado. O dia, escuro. O meu pesadelo começou novamente.

Sem comentários: